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sábado, 15 de outubro de 2011

O grande Coquetel do ano!

sábado, 15 de outubro de 2011
E está no ar o Coquetel Molotov... Para quem gosta de glamour, popularidade e mais seguidores no twitter, eis o lugar!

Esse é apenas um relato meio frustrado da minha primeira experiência nesse grandioso e cobiçado evento da noite recifense. Inicialmente eu não investiria para participar de tal ação social, pois as atrações musicais não fazem muito o meu estilo, mas ganhei ingressos e resolvi experimentar. Logo na chegada percebi que tinha algo de diferente naquilo, uma belíssima estrutura, com pessoas pops e influentes, música em todos os espaços e as mesmo tempo um grande vazio. É, vazio. E aqui eu já começo minhas observações poéticas, caretas e fora de moda.

Eu nunca me considerei uma pessoa muito sociável e consequentemente eventos sociais não fazem muito o meu estilo. Sou uma apaixonada por música e por tudo o que ela me traz. Apaixonada por quem a faz e por quem a desfruta e achei que isso fosse normal, mas o Coquetel Molotove me mostrou o contrário. Não é (e nunca será) a minha intenção falar mal do evento ou de sua produção, mas sim criticar o público ator, inexperiente e mal educado, que compõe esse cenário.

O evento aconteceu no Teatro da Federal, um lugar cheio de espaço e cheio de ideias. Enquanto os artistas nacionais e internacionais (acho que esse é o grande diferencial do Coquetel) tocavam e faziam o seu trabalho dentro do teatro, uma grande parte do público estava do lado de fora para os holofotes das mídias sociais... E meio gato pingado curtia o show e fazia jus ao trabalho da banda e ao próprio evento em si.

Não sei como funciona esse lado ‘artístico e glamoroso’ da nossa cidade, mas acho um trabalho bem difícil. Ter que tirar fotos, tuitar, curti no facebook, isso todo no mesmo período de tempo é bem complexo, em especial quando você tem que mostrar que está tudo lindo e que você está presente, porque afinal de contas, faz parte do seu status. Mas e onde está o grande PAN do evento? Música é pra sentir, música é para curtir, música é para ouvir, música é para ser música... Então vamos deixa esse ego um pouco de lado e começar a entender a diferença de uma pinta social e de um show musical. A exibição faz parte, mas a educação com o artista e o dinheiro investido é mais do que fundamental para o início de uma reflexão e de quem sabe uma mudança na conduta cultural.

A verdade é que me senti um peixe fora d’água.
Acho que um dia, quem sabe, eu voltarei ao Coquetel Molotov para assistir ao show de Chico Buarque, Gilberto Gil, Ney ou Patti Smith. Ou então eu vou com minha roupa fashion e com o meu super celular 3G para nem entrar no teatro, mas vou dizer aos meus seguidores que tudo tá lindo e claro, dedinho pra cima no facebook! ;)

Dedico esse pequeno texto aos amadores e amados da nossa música.

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