Nos encontramos na parada do ônibus. Conversamos, rimos, contamos histórias. Ele me fez referências do passado, achei graça e brinquei. Rimos novamente.
Depois ele me conta que estava indo encontrar uma garota e que, segundo ele, era meio complicada. “No início ela era legal, depois de algumas cervejas virou uma chata. Me chamou pra ficar com ela na presença de outro cara, como pode?”
Já percebi que tinha algo de estranho no ar.
Após uma pausa nosso ônibus chega. Subimos e a angústia começava a se manifestar. Ao acharmos o lugar ideal ele retornou o assunto... Com sua cabeça cheia de dúvida ele me pergunta: “o que danado passa na cabeça dessa menina?” e sem sentir, sem saber e sem querer, fui entregando o jogo dela e comecei:
“Meu querido, tudo é uma questão de percepção! É claro que ela está interessada em você, do mesmo jeito que você está nela, só que nós precisamos de alguma coisa mais além do mundo abstrato de vocês, algo maior do que uma olhada maliciosa ou um convite formal. Talvez a terceira presença na mesa fosse apenas para sacar qual é a sua. Se você seria predado ou predador, se seria ativo ou passivo, se seria um homem ou um menino e pelo jeito, sua percepção masculina falhou. Tenha só um pouco de cuidado, pois as vezes dificuldade demais atrapalha. Fique na sua, pois pode ser que ela te procure, mas o risco pode ser perigoso e assim vocês vão levando... Se tiver paciência pode da certo. Se o ego crescer pode da errado! Mulher é bicho estranho e homem é bicho inexistente”
A parada dele chegou. Ele apenas se calou e desceu. Foi daí que eu percebi o tamanho do meu vacilo! Entreguei o jogo de bandeja!...
segunda-feira, 12 de março de 2012
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